domingo, 30 de setembro de 2007

Ainda amamos


Poesia antiga e necessária.

AINDA – Analice Alves

Minha alma ardente
Não mente pra minha mente
Quem sabe isso
Seja indício de amor

Meu corpo
Tão morno
Torto, frágil
Ainda aquece
E contém vapor

Esse sentimento
Tão forte
Que me torna
Tão frágil
E corajosa
Ao mesmo tempo

Essa ânsia
De te encontrar
Esteja você
Com ou sem ela
Faz-me amar mais
O mundo
E a querer mais do que
Tudo

Seja no sol, na chuva
Encontro em mim
A vontade de te ter
Permanece em mim
O amor que pensei
Ter perdido

Penso, anoiteço, escrevo
Escrevo, escrevo, escrevo
E na realidade, mal sei o que faço
São poemas...Poemas apenas
Letras soltas, mastigadas
Palavras tortas
Que já nem sei o que soam.

No calor, no torpor, no inverno
Talvez em dezembro
Fora de hora
Talvez um outono
Que embrulhe meu sonho
Talvez o sorriso
Que já não sei sorrir
Talvez na perda
No escuro
Do outro lado
Do muro
Encontre o motivo
De tudo

Não sei mais o que sou
Não sei mais o que fui
Não sei mais o que posso ser
Apenas sei que meu peito chora
E apesar das dores e desenganos
Ainda sei que ainda te amo.

03/01/06

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