quarta-feira, 29 de outubro de 2008

o meu viver

Quando acordo, tenho a sensação de amar o perdido. O abismo transformado em sonho realizado. Não tenho medo da vida, pois vivo. Não tenho medo de correr riscos, pois sou o próprio risco. Faço parte do grupo de pessoas que pensam que podem crescer na vida, apesar dos pesares. Amo o que faço, amo os que me rodeiam, amo o que me foi predestinado, amo o amor que sinto pelas coisas não amadas pelos outros. Amo o não amado. Quero acordar e sentir o gosto de juventude e que o gosto amargo da infelicidade transforme-se em chocolate ou em jujubas vermelhas.
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Poema VI - Analice Alves
Se quiser continuar a me amar
Saiba que sou complicada
Sou o fim do começo do jogo
Sou a dúvida que duvida da própria dúvida
Sou alguém que tem um preço
Não sou assim tão fácil.
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Poema VII - Analice Alves
Não consigo entender o porquê
A vida parece um conto sem fadas
História inacabada, uma novela blague
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Poema VIII - Analice Alves
Se eu pudesse viver mil anos
Me mataria com 75
Se você pudesse viver mil anos
Viveria os meus
Até o último bater do sino

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

desventuras

Onde Deus Possa Me Ouvir
Vander Lee

Sabe o que eu queria agora, meu bem...?
Sair chegar lá fora e encontrar alguém
Que não me dissesse nada
Não me perguntasse nada também

Que me oferecesse um colo ou um ombro
Onde eu desaguasse todo desengano
Mas a vida anda louca
As pessoas andam tristes
Meus amigos são amigos de ninguém.
Sabe o que eu mais quero agora, meu amor?
Morar no interior do meu interior
Pra entender porque se agridem
Se empurram pro abismo
Se debatem, se combatem sem saber

Meu amor...
Deixa eu chorar até cansar
Me leve pra qualquer lugar
Aonde Deus possa me ouvir
Minha dor...
Eu não consigo compreender
Eu quero algo pra beber
Me deixe aqui pode sair.

Adeus...

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Longe é um lugar que não existe

Poema V - Analice Alves

Veja só que amor insano
Não sei se sou uma pobre carente
Ou se realmente te amo.

Texto de Literatura (meu "trabalho")
Sem título - Analice Alves
Olhando para o fundo da xícara de chocolate quente, pensei em Sônia. Seria melhor se estivesse aqui, ao meu lado. Mas tentei me distrair, afinal, sofreria menos. Sentado num banco de praça, observei crianças. Na verdade, observei uma menina que me lembrou Beatriz. A menina balançava-se num velho balanço que sofria de ferrugem e provocava um barulho um tanto insuportável. Agüentei, porque me distraía com a menina. Alguém a chamou e ela saiu correndo, deixando o vestido arrastar no chão molhado de chuva e lama. O balanço continuou a balançar-se como se a menina estivesse ali, ainda. Meu chocolate acabou, mas mesmo a xícara vazia me fez lembrar Sônia. Lembrei da tarde em que a vi pela primeira vez, do sol que fazia e invadia seus olhos, os transformando em bolas de gude em focos de luz. Olhos que, graças a Beatriz, não entraram em extinção. Lembrei da nossa primeira noite, quando ela, emocionada, chorou de amor e dor, de realização, de emoção. E eu não sabia o que fazer até então, porque foi a partir deste ato que me apaixonei, que enxerguei aquela mulher como a única a partir dali. Quando me dei conta, meu peito estava molhado de suor e lágrima. Olhei para o relógio, mas não queria saber as horas e, muito menos, a data. Olhei por cacoete, olhei para não parecer um bobo olhando crianças e se emocionando com um balanço solitário. Durante muitos anos, senti vergonha de mim mesmo, das atitudes que não tomava, principalmente. Senti vergonha de amar tanto alguém a ponto de enlouquecer de amor. Tive medo. O cheiro de Beatriz ainda estava em minhas narinas, meus braços ainda tinham o formato de seu corpo miúdo, seus olhos, mesmo ainda pequenos, as transformavam na própria Sônia. Sônia era meu mundo, Beatriz era minha vida. Era a continuação da história que trilhei erroneamente, o produto de uma noite precedida ao amor. Um pássaro pousou em meu ombro e assustei-me. Ao vê-lo voar, arrependi-me de ter me alvoroçado, de tê-lo assustado mais do que ele a mim. Já era noite e ainda estava ali, a olhar o balanço já imóvel, as marcas dos pés da menina na lama, os grãos de chocolate em pó no fundo da minha xícara descartável. Meu relógio despertou, eu acordei assustado e fui correndo pra casa. Depois do pesadelo, não queria ficar um dia sem Sônia, não queria ficar um segundo sem minha linda Beatriz.

sábado, 11 de outubro de 2008

A água é sentimento

Ontem, finalmente, foi a apresentação do meu trabalho sobre o livro do Benedito Monteiro, O minossauro. Ralamos muito pra conseguir informações sobre o livro e o autor, pois ambos são super desconhecidos, até mesmo pelo público leitor e pelos estudantes e profissionais de Letras. Mas deu tudo certo, já que demos umas "viajadas" e essas viagens só têm a acrescentar na área da Literatura. "Quando viajamos, é porque entendemos a essência da obra".

Poema II - Analice Alves

Dormi com a certeza
De que te amo
Acordei com a esperança
De que fosse sonho

Poema III - Analice Alves

Odeio a desordem e o caos
O teu cabelo bagunçado
Mas se um dia, a Terra virar
De pernas pro ar
Pode ser que eu venha
A ficar do teu lado

terça-feira, 7 de outubro de 2008

o que qualquer dirá

Pode ser que, pela madrugada, eu te veja sorrindo. Um menino em meus braços, um garoto em meu colo. Uma criança sem nome. E se isso fosse uma realidade dentro do real, seria feliz como outra criança, desejaria estar a teu lado por todo sempre, seguiria teus passos mesmo sendo estes perdidos e afoitos. Pode ser que o sol tenha ódio de nós por nos trancarmos em nosso sonho durante o dia e esquecê-lo, por aparecer à noite em nossa sacada para admirarmos a lua. No entanto, nada disso me importa o bastante. Dou-te minha vida em troca de um beijo, compro briga com os astros e deuses, quero você, quero agora, quero pra sempre.Quero você em meus braços, meu menino, como um órfão de pai e mãe. Como um garoto sem credo com medo da vida. Como o rapaz que nunca vai crescer. Quero agora, quero pra sempre, quero você.

Por onde anda você * - Analice Alves

Eu só quero você aqui
Pra me dar a mão
Viver uma vida inventada
De amor, luz e paixão

Eu sei, eu tive medo
Não quis arriscar
Amor não é brinquedo
É coisa séria
Amar é arriscado demais
Pra mim, confesso

Eu só queria o teu abraço
Pra me confortar
E hoje já não vivo
Sem o teu olhar

Um vício que me leva a loucura
Sinto tua falta
Fico no escuro
Você não está

Eu juro que tentei
Fiz tudo
Menti, engoli meu orgulho
Fingi que eu estava feliz
Só pra não te fazer chorar

O retrato ficou de lembrança
O seu cheiro continua em mim
Sinto seu toque em meu corpo cansado
De tanto te procurar em vão

E agora me diz o que eu faço
Sem esperança não dá pra viver
Rodo o mundo, paro nas avenidas
Eu não te vejo, por onde anda você?

* outra música...