sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Trem das noites

- Analice Alves

Meu corpo sem o teu
Em eterno desajuste
Vaza de tormento
A todo o momento
E em amiúde

Vai se quebrando
Tão frágil e pequeno
Feito trilhos de um trem
- de brinquedo
aquarelado num desenho

Estás às margens de meus olhos
Onde as lágrimas jorram amores vãos
Dores passadas

Vou me quebrando aos poucos
Não sobrevive este corpo fraco e miúdo
E sem saber se vale a pena
Entrego-te meu dorso
Para não te dar todo o meu tudo.


[Analice Alves, 03.10.09]