segunda-feira, 20 de abril de 2009

Coisas vãs

- Analice Alves

Sinto o poder das coisas vãs
Que por mais vãs são especiais

Sinto frio, tenho febre
Tenho fome de ti

O meu amor, porém
É puro egoísmo
Necessito-te feito as paredes
De um quarto apertado
Que te espremem
Como o chão que piso

E eu perco o ar
Porque ele já me falta

E eu não caio no abismo
Porque nele já habito

Na vida, porém
Nem tudo é flor
É tropeço e recomeço
É sufoco e estupor
Dores de um passado
Ainda presente

O sentido está escondido
Nos cabelos esbranquiçados
Pela areia do tempo
E você, meu amor,
Por onde andas?
Por que demoras?
Entendes?

A fé absoluta que não tenho
Às vezes, invade o espírito imortal
De uma dor que mata

Um dia, hei de te encontrar
Pelas ruas, nos meus versos
Perdido
A me procurar...

Você invade o meu ser
Como alfinetes de cabeças coloridas
E meu corpo se comporta
Feito um pescador suado e faminto
Pescando...

Eu quero uma miopia
Pra não ver os seus defeitos
Faça-me uma canção
Pra aumentar o meu desejo

Sinto frio, tenho febre
Tenho fome de ti

* Dia 22 de maio: Apresentação do coral Audite Noua!