sexta-feira, 16 de maio de 2008

não posso parar


Antes de entrar pra faculdade, achava que eu sabia muito sobre Literatura. Claro que sabia que eu não sabia tudo, mas me achava boa nessa matéria e, talvez por isso, tenha escolhido a faculdade de Letras. Mas não via coisas que hoje me parecem essenciais, detalhes literários que eu não sei como conseguia ler sem eles. Vejo que quanto mais eu estudo, menos eu sei e a sabedoria está aí: não ter medo de se entregar a algo que vai te levar ao “só sei que nada sei”. É incrível, sei que não é só na Literatura que sentimos isso, sinto isso na música também, apesar de não ter estudado tanto quanto eu gostaria. Quanto mais toco violão, entendo menos, quanto mais toco flauta, entendo patavinas, quanto mais canto, sinto minha voz perdida num universo de barulhos roucos. Talvez se eu tivesse coragem de fazer música, sentiria a mesma coisa que sinto por ter escolhido Letras. Não me arrependo de acordar cedo, ir pra UFF e sentar naquelas carteiras menos piores do que eu imaginava, não me arrependo de ter aula com pessoas que dizem que a felicidade não existe ou que no Brasil chove pra burro e nos EUA chove cats and dogs. Amo estudar as coisas que não sei e mais ainda, descobrir que tenho tempo (ou espero) pra estudar tudo isso.
Não enxergava que Borges era irônico e não entendia quem era esse estrupício do Pierre Menard!* Adorava Dostoievski, mas não sabia escrever o nome dele. Continuo com meus escritores favoritos, mas conhecer os precursores é essencial. Pra quem quer saber como eu estou, o que sinto em relação à faculdade e à vida, um pequeno relato. Sim, tem gente que quer saber da minha vida e eu faço questão de dizer, porque são pessoas muito queridas, mas que se distanciaram com o tempo e, talvez, sejam intimidadas por ele a me perguntar alguma coisa.
Fora a parte acadêmica, estou “trabalhando” bastante musicalmente. Tenho escrito muitas letras de músicas que o Tom Carlos (ele odeia quando o chamo assim) coloca melodia e a gente tenta. Eu queria cantar uma das nossas músicas no Ídolos (ou Astros?), mas ele é tímido demais pra isso (vamos fingir que acreditamos). Na verdade, ele é anti SBT e anti qualquer outro canal de tevê. Mas eu ainda não desisti, ano que vem eu procuro alguém que tenha a coragem de ir comigo. Alguém se habilita?
Outra coisinha, quem quiser ouvir alguma das nossas músicas, me peça pelo MSN que eu mando. O problema é que elas foram gravadas logo nos ensaios, ou seja, está precária a gravação, com alguns erros, tosco mesmo! Mas eu mando assim mesmo, vamos colocar a cara a tapa logo!
O que sinto agora é vontade de realização, saudades da minha infância e das minhas amigas paulistanas e paulistas, dos dias inesquecíveis em Brasília, de ver o Fábio sendo assediado por coroas, Saudade existe sim, apesar de alguns acharem que é mera falta do que não houve.

Estou lendo:

Madame Bovary – Gustave Flaubert
Montanha Mágica – Thomas Mann
Efeito Urano – Fernanda Young
Para viver um grande amor – Vinicius de Moraes
Teoria da Literatura – Vitor Manuel Aguiar e Silva (?)
Chega, né?

Beijos