segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Welcome to the jungle

Discos voa-dores - Analice Alves

Escrevo sobre a vida
Mas queria declamar a morte
Esta é sorte de poucos
É triste por ser o fim
É feliz por ser um começo

A vida é luz apagada
O mundo é solitária escura
Onde desconhecidos me chutam
A fim de me atingir o ventre

Rezo e grito ao vento
Minha crença é no invisível
Mas, certas horas, meus olhos imploram
Eles querem ver-te, meu Deus!

Apareça iluminado em minha frente
Apareça de surpresa quando eu sair do banho
Apareça no banco de trás de um táxi

Longe de mim ser comparada à Schopenhauer
Mereceria algumas chibatadas por escrever
seu nome em tão obscuro poema
Longe de mim ser comparada à Augusto
Dele só quero os anjos e a costela

- Que saudade de escrever os poemas que nunca escrevi!

Meus olhos são discos voadores vazios
Caindo em Plutão
Meus dedos são patas de insetos
Quais as de Gregor Samsa

Deus, me abdusa com tua nave espacial
Leve-me contigo a um paraíso não-fiscal
Ou então, ressucite Guimarães
Pra eu me perder em seus sertões
Proteja os Homens que ainda amam

- Que vontade de lembrar minha morte pra ver se sofri!

Ó mundo, morrerei sem realizar meus planos
Ficaste desumano de tanta humanidade
Meus sonhos são impossíveis
Porque um ser solitário só constrói realidade.

- Que liberdade encontro eu na vida que nunca vivi?