segunda-feira, 28 de julho de 2008

é o queira ou não queira

Refrão - Analice Alves

Não era dor
Não era dor
Era um calor
Que me deixava sem ar

Não era amor
Não era amor
Era uma dor
Que eu queria nomear

23/07/08

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Era certo que eu seria feliz


Não economizo sorrisos a quem me faz feliz.

Poesia inspirada após palestra de Affonso Henriques Neto na Estação das Letras. Muito bom!


“ Quanto à Emma, não se interrogava para saber se o amava. O amor, no seu entender, devia surgir de repente, com ruídos e fulgurações, tempestade dos céus que cai sobre a vida e a revolve, arranca as vontades como folhas e arrebata para o abismo o coração inteiro. Ela não sabia que nos terraços das casas a chuva forma poças quando as calhas estão entupidas, de maneira que se pôs de sobreaviso, até que subitamente descobriu uma fenda na parede.”

(FLAUBERT, Gustave. Madame Bovary. São Paulo: Círculo do Livro, 2003.)

R I S O S

Cuidado, Ricardo!
Não ria tão alto!
A felicidade nesse mundo
Sem deuses é inoportuna
Mas como em nosso mundo
Há um Deus único e vivo
Ria desde que baixo

Mas teu riso é tão exagerado e lindo
Que toma conta de todo o teu rosto
Teus lábios se abrem e vão de orelha a orelha
Iluminam-se teus olhos
E sobem tuas sobrancelhas.

As rugas que tenho
Me desculpe, querido
São de tanto chorar por amores
Mas calma, são amores passados
Desses que julgamos amar
E só depois que realmente amamos
Percebemos que não era amor.

Cuidado, Ricardo!
Não fale tão alto!
Pode calar tua boca
Que entenderei tuas palavras
Saberei tuas idéias

O nosso amor tem um quê a mais
É tão sutil quanto um poema simbolista
É tão útil quanto um teorema de pitágoras
É tanto amor que não cabe.
É um pedido delicado
Um "por favor" entre vírgulas.

Sei que eu pra você
Sou mais que um xis em evidência
E você pra mim
É muito mais que adjunto
É complemento
E você pode, Ricardo
Me rejeitar o quanto quiser
Daqui por diante
Pode enfeitar meu pescoço com diamantes
Ou minha cabeça com algo não quisto
E mesmo assim serei grata
Por me fazer feliz numa eternidade
Que logo passa.

Eu te amo, Ricardo
E essa frase é clichê verdadeiro
É verdade dita e redita
É a frase que já ouvi de tua boca
Com meu nome no fim
Eu sei de tudo isso, meu amado
Não mandamos no futuro
Nem na memória quando remente os dias passados
Mas você é tudo aquilo que eu penso
Quando não estou ao teu lado
Eu te amo,Ricardo!

quinta-feira, 3 de julho de 2008

A fé que faz otimista demais


Minha vida mudou pra melhor desde o último final de semana. Quanto mais eu vivo, mais sinto que sou capaz de fazer aquilo que nasci pra fazer (entendam como quiser). Obrigada a Deus por me amar tanto.

Poesia!

Espelho – Analice Alves

Vejo-me em praças públicas
Em cadeias fechadas
Nos espelhinhos de bolso
Nos vidros blindados
Dos carros que eu não tenho
Nos óculos escuros
Das mulheres que eu não sou
Vejo-me por dentro...

Minha rotina rotineira
É uma maneira de me esquivar da saudade
Pois meu passado e meu presente são o mesmo
Não sinto saudades, pois vivo

Ainda sinto o cheiro do teu cabelo
No meu travesseiro.
No meu corpo ainda estão
As marcas dos teus dedos
Teus segredos, confesso
Tenho medo de todos

Torço pra que algum ser
Superior
Traga-me você de volta
E então pulará o muro
E arrombará a porta
E dará de cara com a minha cara torta
De bebida e lágrima

Deixo fazer o que quiser
Pode me chamar de bandida
De traíra, de falsa, xingamento qualquer
Diga que sou estranha
Que não passo de uma piranha

Jogue verdades que eu não aceito
Diga crueldades que não mereço
Pode me bater, se achar melhor
Dê-me um tapa, um soco, me divida ao meio
Mas não me abra a boca
Pra dizer que eu não te amei.

Entro nos bares
E consumo doses duplas
Cigarros são fracos
Sonhos são banais
Quero meu corpo
Sobre o teu
Minhas mãos nas tuas
Quero a liberdade de escolher
Prender-me a você
Quero olhar em teus olhos
E enxergar que sem mim
A tua vida passa a ser pequena
E então me dirá com olhar de pena:
Sem você já não vivo em paz
!