segunda-feira, 30 de março de 2009

IV

– Analice Alves

Feri meu corpo
Com o pior dos açoites
Amo, não nego
Amo como a noite
Que desiste de ver o dia
E dorme...

Se um dia perguntarem
Por onde ando
Não responda
Fique mudo
Coloque a mão
Em seu coração

Lá habitei por anos
Percorri esquinas
E me perdi de mim
Encontrei um tempo
Diferente deste que vivemos
Alimentei-me de amor

Feri meu corpo
Com o pior dos orgulhos
O desamor não é vaidade
É vantagem de gente mesquinha
Que desiste da vida
E morre...

Se um dia me perguntarem
Por onde andas
Não responderei
Ficarei muda
Porque, de fato, não sei.

(30/03/09)