terça-feira, 4 de agosto de 2009

Proesia do Desejo

- Ana Lee C. e Pedro Igor

É quando a noite cai, silente,
e quando a voz resolve, em sussurro
seguir a lua que se ergue novamente
contra o mesmo eu de sempre, então urro.

E a lua me mostra os teus olhos, meu menino
Como bolas de gude com direção certa a atingir meu peito
A admitir ser frágil e fraco, nascido cansado
E pronto pra ser meu de direito

E esse estranho dueto feito à lua
reveste dono e possuído com fervor
de modo que pela branca luz e nua
as mentes de ambos era mente de amor.

Amor revestido de agonias simplórias
Visto como batalha e não como vitória
Uma luta contínua da qual saímos vencidos
Feito poemas rabiscados, num cômodo esquecidos

E a cada rascunho que fazemos em nós
cresce o desejo por ser quem se é
sem máscaras, conceitos ou voz
Mas ser essência, mesmo que doa, em nossa fé

O que nos separa é mais que uma ponte
É uma fonte insegura, um teto sem chão
Mesmo nua me dispo sem pudor
Minha fé existe, tu és minha religião

E a beleza de cada beijo em verso
contaremos dia-a-dia como em prosa
nossa vergonha será santa e o universo
de nosso desejo será profano como a rosa