Enquanto uns têm tudo em demasia, outros se contentam, "simplesmente" com a vida. Amar as próprias pernas por elas ainda funcionarem e os levarem a caminhos soturnos. Amar os próprios braços por eles trabalharem para o sustento do resto do corpo. Amar os próprios olhos por eles enxergarem, no fundo, uma luz no fim do túnel. Amar o próprio coração por nele ainda existir paz, amor e esperança.
O mundo grita por socorro, implora de joelhos e mãos juntas por um sossego maior. Reclamamos dos impostos, da chuva num fim de semana, dos quilinhos a mais, das fantasias perdidas, da fila no banco, enquanto uns nem dinheiro têm pra comer. Queremos sempre mais, sempre tudo. Quero isso, quero aquilo. É preciso pensar mais nos outros, enxergar o sucesso do próximo como nossa própria vitória, erguer a bandeira do país com mais orgulho.
