terça-feira, 26 de outubro de 2010

27 de outubro de 2010 *

Hoje, depois de um tempo que era pouco mas disfarçado de eternidade pela minha ansiedade, percebo que os erros, todos eles, foram em nome de mim mesmo. Talvez por egoísmo ou excessivo amor ao outro, o que também te faz egoísta, ainda não descobri, mas por tudo isso, deixei de ser eu e passei a ser eu mesma mas de modo incompleto. Carrego nas costas os dias que vivi sob tortura, culpando-me por erros que não eram meus, culpando-me por maldades que não vinham de mim, a ser julgada pelo olhar alheio como destruidora de sonhos. Basta. Sei que não sou a melhor pessoa do mundo e, certamente, estou longe dessa colocação, mas não posso me culpar por algo cometido sem maldade, por algo pelo qual me arrependo a cada segundo. Não posso ser julgada eternamente, perder a confiança dos que amo por imaturidade juvenil, bobagens, tolices. Não sei mais. Cansei, ando exausta de cobranças vindas de mim, de perfeccionismo impossível de ser alcançado. Eu só queria paz. Não quero dinheiro. Não quero poder. Talvez nem queira amor, o meu já se basta. Eu só queria dormir e acordar em paz. Sonhar que tudo está consertado e acordar com o toque de teus pés.

[17 dias]