quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Corpo-sempre-corpo

- Analice Ról Se perguntarem se o corpo é reciclável Direi que sim É o corpo que sempre será corpo Mesmo que parte o falte Mesmo que falte a metade Será um corpo-sempre-corpo Que após a chuva Retorna renovado E após o sol Ressurge iluminado O corpo-sempre-corpo Que usei ontem, uso hoje, agora, depois do agora O corpo que engole a alma sob medida Que é meu representante na vida Será sempre um corpo-sempre-corpo Atravesso a rua, pois algo me move Sei que um dia vão me matar nesta esquina Enquanto meu olho distraído lê "STOP" Um carro importado passa por cima E o corpo-sempre-corpo não morrerá Será lenda, obra, carne - Vivas.

sábado, 16 de novembro de 2013

Versos IV

- Analice Ról Perco minhas funções e minhas cores / Meus olhos se desbotaram / Como um rio que já foi mar / Voa, gaivota, voa! / E traz depressa de volta / Quem eu era pra mim / Mesmo com o terror nos olhos / A ferrugem no peito / Gosto amargo nos lábios / Ah! Eu quero de volta quem eu era / Pra mim / Perco minhas funções e minhas cores / Meu outono que se faz inverno / O meu norte desorientado a virar sul / Qualidades, defeitos, egoísmo / E todas as promessas sem futuro / Que fiz a mim mesmo / Quem me dera/ Fosses tu um homem sem memória / Com lâmina a furar a pele/ E ferida esquecida e curada / Quem me dera / Tivesses tu a epiderme dos cipós/ Mas olho para ti e não me vejo/ Este é o homem / Não o conheço.

sábado, 15 de junho de 2013

Outro Mar

Quem me dera Ter a lembrança do mar que não seja o sal grosso em meus cabelos E a areia em meus pés Quem dera que a vida corrida Me deixasse largar meus cabelos com sal e terra Quem me dera Que eu pudesse morrer aos poucos Com minha inocência infantil Me importar menos com unhas feitas Deixa-las desfeitas, sujas de barro Feridas nos joelhos, sandálias de dedo A realidade natural da vida a se viver. Rio de Janeiro, 14 de junho de 2013.

domingo, 7 de abril de 2013

Se me perguntarem se um dia amei, direi que sim. Direi que foi a melhor coisa que me aconteceu, direi que foi a pior experiência de toda a vida. Se me perguntarem como sei se realmente amei, direi que não sei. E que o amor, muitas vezes, dispensa explicações, o amor, por ele mesmo, é um poema mal feito, cheio de rasuras, rabiscos e erros gramaticais. Direi que meu coração bateu mais forte, que meus olhos encheram-se de lágrimas, que meu peito apertou-se quando o vi de longe, a partir. Era saudade. Mas não saberei enxergar ou dizer onde ficou o amor, de onde surgiu. Se me perguntarem quem foi o meu verdadeiro amor, direi que não sei. Honestamente, não sei se amor se mede desta forma, a dizer que um é maior que outro, que o amor que se sente por um pai é maior que o amor que se sente pela mãe ou pelo filho. Amor não se mede desta forma. Se me perguntarem quem foi o meu verdadeiro amor, direi seu nome em voz baixa, na tentativa de lembrar ou encontrar outro nome que tenha sido também um amor. Mas não encontrarei. Direi nomes errados, me equivocarei nas sílabas, trocarei o nome de um com o nome de outro. Apenas o seu nome sairá de minha boca corretamente, certeiro, na certeza de que você sim foi um amor. Aquele que passa pela vida, pela estrada, pelo caminho e deixa rastros, lembranças de olhares distantes, memórias de abraços mal dados...

domingo, 31 de março de 2013

Se

Se me perguntarem se um dia amei, direi que sim. Direi que foi a melhor coisa que me aconteceu, direi que foi a pior experiência de toda a vida. Se me perguntarem como sei se realmente amei, direi que não sei. E que o amor, muitas vezes, dispensa explicações, o amor, por ele mesmo, é um poema mal feito, cheio de rasuras, rabiscos e erros gramaticais. Direi que meu coração bateu mais forte, que meus olhos encheram-se de lágrimas, que meu peito apertou-se quando o vi de longe, a partir. Era saudade. Se me perguntarem quem foi o meu verdadeiro amor, direi que não sei. Honestamente, não sei se amor se mede desta forma, a dizer que um é maior do outro, que o amor que se sente por um pai é maior que o amor que se sente pela mãe ou pelo filho. Amor não se mede desta forma. Se me perguntarem quem foi o meu verdadeiro amor, direi seu nome em voz baixa, na tentativa de lembrar ou encontrar outro nome que tenha sido também um amor. Mas não encontrarei. Direi nomes errados, me equivocarei nas sílabas, trocarei o nome de um com o nome de outro. Apenas o seu nome sairá de minha boca corretamente, certeiro, na certeza de que você sim foi meu verdadeiro amor. Aquele que passa pela vida, pela estrada, pelo caminho e deixa rastros de dor, de sofrimentos, de lágrimas, mas de fé, de esperança, de alegrias, de vida.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Só parece...

- Parece um dia de chuva. Não há o que fazer a não ser cair em seu colo e ouvir o vento nos surpreendendo ao barulhar as janelas. Vento quente, dia quente, abraço apertado. Vamos dançar? Vamos comer pipoca? Vamos tocar uma coca-zero sem gelo ou um café gelado? Talvez eu não queira nada disso. Nem você, nem a coca-zero, nem dançar, nem esse dia de chuva que só fode com os meus planos. 03/02/2013

domingo, 6 de janeiro de 2013

2013

Esta é a primeira postagem de 2013 e, ao contrário de muitos anos, não vou fazer retrospectiva de 2012 e agradecer a todos que fizeram parte da minha vida ou estiveram ao meu lado em circunstâncias difíceis. Apenas coloquei coisas (metas) na cabeça e pretendo cumpri-las. Jamais revelarei as mesmas, apenas digo que cismei com certas coisas e certamente estas serão cumpridas até o final do ano. Querer é realmente poder, ainda mais quando as coisas dependem exclusivamente de nós mesmos. Uma delas posso revelar sem vergonha e na humildade: quero mudar! Quero mudar mesmo, pra melhor, pra cima! Acho que, muitas vezes, nos achamos perfeitos, distantes do erro, maravilhosos, etc. Tenho muitos defeitos, mas dentre muitos, tenho também uma qualidade que, hoje em dia, vale por mil que seria essa vontade de melhorar sempre. Vou me esforçar, principalmente com a minha relação com os outros. Tenho um relacionamento ótimo com as pessoas, porém sinto que tudo poderia mudar. Infelizmente, nós julgamos muito o próximo, às vezes até deixamos de falar com determinadas pessoas por um conceito pré-formulado (o tal do "preconceito") e, pior, o orgulho faz com que a gente erre e não peça desculpas. E a omissão sim é imperdoável. Podemos desculpar um xingamento ou até um tapa na cara, mas nunca uma pessoa que se omitiu e não viu que errou. Enfim, 2013 é o ano das conquistas, dos planos, das melhorias, dos sonhos, mas principalmente da mão na massa, na vontade de suar a camisa (literalmente) e aproveitar não só as oportunidades de trabalho, mas as chances que surgem de conhecermos melhor as pessoas e a nós mesmos, a chance de somar, multiplicar e não subtrair ou fechar-se dentro de si mesmo achando que é autosuficiente. Dependemos dos outros, até dos que não simpatizamos, afinal, o "não gosto de fulano" também forma o nosso caráter! Feliz 2013! Feliz 2014! Feliz vida!