- Analice Alves
De tanto amá-lo
Chamo-te eu
Confundo-te com tantos
Que dentro de mim habitam
E já não sei quem sou
E o que sinto
Não sei se o amor é meu
Ou se é teu por mim
Ou se é uma organização
De toda essa população
Que mora por aqui
Habitam bairros, cidades
Estados desorganizados
Confundem seus prefeitos
E se envolvem na corrupção habitual
De tanto amá-lo
Chamo-te eu
Com ou sem aspas
És quem sou e sou
Aqueles que guardo
Cabide de personagens diversos
Atores que sentem e vivem
E nem sempre ganham o papel
De tanto amá-lo
Perco-me num carrossel
De brinquedo
Não tenho medo do múltiplo
Não sinta rancor, raiva
Ou ciúme incalculável
Os que moram em mim
Também te amam
São eles que multiplicam
Esse tal sentimento
Amor, dentro de mim
Há mais do que nós
Dentro de mim mora gente
Alguns são íntimos vizinhos
Outros meros indigentes.
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
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