domingo, 28 de setembro de 2008

eterno flerte, adoro ver-te

Este Livro
Meu filho. Não é automatismo. Juro. É jazz
do coração. É prosa que dá prêmio. Um tea for two
total., tilintar de verdade que você seduz,
charmeur volante, pela pista, a toda.
Enfie a carapuça. E cante.
Puro açúcar branco e blue.

Ana Cristina Cesar
In:"Inéditos e dispersos"

Poesia inspirada no livro O minossauro de Benedito Monteiro.

Emanuel – Analice Alves

Óio a vida de relance
Mas só vejo a Amazônia
Só minha Manaus é que vejo
Meus zoio ficam perdidos
Feito zolhos de percevejo

Às veze me dá uma saudade
Daquelas águas da ribanceira
Donde tirava meus peixe
Donde mirava o terçado nas matita-pereira

Fico por aí arisco
Mesmo de barba nas fronte
Sinto medo danado de mata fechada
De corte na perna, de encanto do boto
De folga sem cachaça

Uns rapaz se chegam por acá
Achando que pode tomar conta do lugar
Falam de uma tal bacia hidrográfica
Um tal de governo que nunca ouvi falar

Só quero é saber das água
Das mata, dos peixe
Das manhã de inverno, em que as vazante é manhosa
Os dia que corre por conta das água

Não, senhor. Não tenho documento
Meu nome não quer ser escrito
Meu nome só se sabe de boca
Quer acreditar, acredite.

E eu morro de medo de sangue, sim senhor
Vermelho-puro, vermelho-sangue,
Vermelho-barra-de-nuvem, vermelho-preso-na-mata
Vermelho alaranjado.

E amarelo nos meus verde
É coisa ruim, é coisa que num gosto
Amarelo-laranja, amarelo-ouro, amarelo-sol
Amarelo-canário-verde
Verde-campo-deserto

Não, senhor. Não tenho medo de verde
Verde é coisa abençoada, coisa de Deus
Só o homi lá dos céu pra mim dar tamanha alegria
Uma benção, tamanho dever
Se o senhor insiste, meu nome é Emanuel
Dos Santos, muito prazer.