domingo, 7 de abril de 2013

Se me perguntarem se um dia amei, direi que sim. Direi que foi a melhor coisa que me aconteceu, direi que foi a pior experiência de toda a vida. Se me perguntarem como sei se realmente amei, direi que não sei. E que o amor, muitas vezes, dispensa explicações, o amor, por ele mesmo, é um poema mal feito, cheio de rasuras, rabiscos e erros gramaticais. Direi que meu coração bateu mais forte, que meus olhos encheram-se de lágrimas, que meu peito apertou-se quando o vi de longe, a partir. Era saudade. Mas não saberei enxergar ou dizer onde ficou o amor, de onde surgiu. Se me perguntarem quem foi o meu verdadeiro amor, direi que não sei. Honestamente, não sei se amor se mede desta forma, a dizer que um é maior que outro, que o amor que se sente por um pai é maior que o amor que se sente pela mãe ou pelo filho. Amor não se mede desta forma. Se me perguntarem quem foi o meu verdadeiro amor, direi seu nome em voz baixa, na tentativa de lembrar ou encontrar outro nome que tenha sido também um amor. Mas não encontrarei. Direi nomes errados, me equivocarei nas sílabas, trocarei o nome de um com o nome de outro. Apenas o seu nome sairá de minha boca corretamente, certeiro, na certeza de que você sim foi um amor. Aquele que passa pela vida, pela estrada, pelo caminho e deixa rastros, lembranças de olhares distantes, memórias de abraços mal dados...