quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Essa tal felicidade


A felicidade assustava. Era tão impactante e monstruosa que virava tristeza. A felicidade, essa tal senhora sem leis, invadiu seu peito a ponto de fazê-la perder o fôlego. Não sabia o que era aquele sentimento, aquela sensação de ser feliz pra sempre, de ter tudo em mãos, de sorrir sem motivo. A felicidade assustava. A realidade era tão surreal que se tornava mentira, a felicidade tornava-se tristeza. Desistiu de ser feliz, é muito difícil...

A leveza da felicidade – Analice Alves

Não sei se mereço
De fato, ser tão feliz
Mas queria, pelo menos, tentar.

Dê-me um pouco dessa felicidade
Ou um tiquinho da mais ordinária alegria
Que tenha em tuas mãos

Qualquer coisa é válida
Ajudará esse pobre ser
A descobrir o inexistente

Olho para o céu
Mas só vejo a lua
A caçoar de mim

Olha-me de cima a baixo
E sussurra em meu ouvido:
Desista! Se eu não sou, como podes tu?

Tantos homens me evocam
A chorar os amores perdidos
E eu impregnada estou de tanta tristeza

Se eu não sou feliz, como podes tu
Exigir tamanha euforia?
Desista! A felicidade não existe...

Não dei ouvidos, tranquei as janelas
Abaixei as cortinas e persianas
A lua que fique lá fora sozinha...

Mas encontrei um amigo
Que até me ensinou a sorrir
De um jeito bonito

Não que o sorriso fosse a própria felicidade
Esta senhora passa em nossos lares
Numa visita de médico, mas sorri simulando-a.

Aprendi a ser feliz. A sorrir feliz
O chato é que não tenho busca
Não sei o que procurar agora

Dizem que o sucesso da procura
Traz um vazio imenso
Mas o vazio traz a leveza
- E só com esta posso voar...

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi Lice! O leandro me falou sobre o teu blog e resolvi dar uma passadinhha. Muito bom os teus textos e poemas parabéns! Mesmo sendo um desastre no computador tentarei visitar teu blog mais vezes. Beijao