sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Prisão

– Analice Alves

Teu beijo está entranhado
Em meus lábios
E estes dormentes e aflitos
Não querem perder o gosto do beijo
Meu corpo não esquece o calor do teu abraço

Diria “nunca” se fosse ontem
E talvez o dissesse se amanhã fosse
Mas hoje te quero ao meu lado
Como a cruz que carrego por amar
Amor por amor, sem motivos e poréns.

E eu não quero, meu amor, a liberdade
Quero prender-me a ti
Como pássaro sem ninho

O destino e seus ventos
Terão pena de nós e nos unirá num só corpo
Seremos o sopro de um moinho
O tempo que voa pelos ares da vida

Quem somos nós? Seríamos dois em um
Ou um em dois? Quem somos nós?
Seríamos a escuridão de um dia claro
Ou claridade a faltar na visão?

Teu gosto está entranhado em meus lábios
E eles querem mais, meu amor
Querem o vinho de teu desejo e o sufoco
Após o beijo. Querem a repetição que não se cansa.
Querem dançar a mesma valsa
É tudo vida

E eu não quero, meu amor, a liberdade
Quero prender-me em tuas grades
Ser escrava de teu amor e refém de teu silêncio
Com orgulho anunciar-te minha rendição
E sermos um em dois
Dois em um
Claridade a faltar na visão.

[21.08.09]

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