terça-feira, 18 de novembro de 2008

Pós

"A pós-modernidade existe para falar da pobreza da experiência"
(Silviano Santiago)

Miragens - Analice Alves
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Tenho medo de amores nocivos e de silveirinhas mal comidos.
Quero mais é que se dane essa tal de humanidade que a gente pinta nas cabeças
Ainda inocentes de tristeza. não tenho certeza das coisas certas e temo pelo que
Possa acontecer por essa falta de aventura. como verdura, legumes e frutas. Dane-se
a empadinha da esquina e o guara-vita da praia de cá. Dane-se o churrasco de domingo,
o sol a pino. seu dedo tem gosto de alho, seu beijo tem gosto de fel. sou mais um mistério
Escrevendo um misto de tédio e remédio pra passar seu tempo.
Talvez eu seja a fruta de alguém ou o cais de um aderivado. tenho medo do balde sem
Água, da torneira sem pia, do barco sem rumo, do teu peito sem mim. quero um reino feito
de parafusos coloridos e mosquinhos risonhos. quero um cão brasileiro que cante em inglês e entenda
alemão. Quero uma piscina de sopa quente pra me esquentar do frio causado pela porta
que você deixou aberta. vou ligar a tevê e ver teu rosto emoldurado e com som. Quero um peixe
azul anil que coma bolinhas de cocô ao sofrer de fome. Quero gritar depois de um gol do meu time
e te tirar pra dançar como se fosse príncipe. Quero amar além das palavras, entender a vida além
dos reflexos no espelho, quero mais do que a representação do dia-a-dia. Quero dez e não cinco, quero mil
e não dez. Quero mais do que números, mais que imagens, mais que miragens, mais que bobagens, quero teu colo.

Um comentário:

Anônimo disse...

oi garota! achei qo livro da hutcheon te inspirou neh?! ggostei mto desses teus escritos parabens mesmo.Jah terminou tua parte?amanha nem vou poder aparecer na uff.bjuss e bom feriado Pri