- Analice Alves
Tu sabes que a minha vida
É mais que palavra cantada
Que poemas e noites
Tu sabes que, antes de tudo,
Sou humana e capaz
E meus poemas, às vezes, nada dizem
Tu sabes que promessas não vingam
E que meu amor é um tanto soberbo
Quer tudo a qualquer hora
Não sei se me amas
Ou se queres tentar a felicidade
Não sei se queres me amar
Ou se já se sentes feliz
Quero apenas teu olhar sereno
E enxergar o ódio indo embora
Tu sabes que a minha vida
É regada de amor e poesia
Mas se um não existe
O outro nada diz
Porque sem amor não escrevo
E sem poesia não amo
Se digo palavras redondas
Se falo bobagens medonhas
Se quebro o gelo entre nós
É porque amo
E, sem amor, este poema nada diz.
Minhas palavras são recheadas
De amor, de vida, de sentimento
Se és incapaz de enxergar
Tamanha grandiosidade de poder
Serás incapaz de ver
O interior do meu ser
Porque, antes de tudo,
Sou humana, sou mulher, sou capaz
Mas meu mundo é pura poesia,
E a palavra é meu cais.
domingo, 26 de abril de 2009
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Coisas vãs
- Analice Alves
Sinto o poder das coisas vãs
Que por mais vãs são especiais
Sinto frio, tenho febre
Tenho fome de ti
O meu amor, porém
É puro egoísmo
Necessito-te feito as paredes
De um quarto apertado
Que te espremem
Como o chão que piso
E eu perco o ar
Porque ele já me falta
E eu não caio no abismo
Porque nele já habito
Na vida, porém
Nem tudo é flor
É tropeço e recomeço
É sufoco e estupor
Dores de um passado
Ainda presente
O sentido está escondido
Nos cabelos esbranquiçados
Pela areia do tempo
E você, meu amor,
Por onde andas?
Por que demoras?
Entendes?
A fé absoluta que não tenho
Às vezes, invade o espírito imortal
De uma dor que mata
Um dia, hei de te encontrar
Pelas ruas, nos meus versos
Perdido
A me procurar...
Você invade o meu ser
Como alfinetes de cabeças coloridas
E meu corpo se comporta
Feito um pescador suado e faminto
Pescando...
Eu quero uma miopia
Pra não ver os seus defeitos
Faça-me uma canção
Pra aumentar o meu desejo
Sinto frio, tenho febre
Tenho fome de ti
* Dia 22 de maio: Apresentação do coral Audite Noua!
Sinto o poder das coisas vãs
Que por mais vãs são especiais
Sinto frio, tenho febre
Tenho fome de ti
O meu amor, porém
É puro egoísmo
Necessito-te feito as paredes
De um quarto apertado
Que te espremem
Como o chão que piso
E eu perco o ar
Porque ele já me falta
E eu não caio no abismo
Porque nele já habito
Na vida, porém
Nem tudo é flor
É tropeço e recomeço
É sufoco e estupor
Dores de um passado
Ainda presente
O sentido está escondido
Nos cabelos esbranquiçados
Pela areia do tempo
E você, meu amor,
Por onde andas?
Por que demoras?
Entendes?
A fé absoluta que não tenho
Às vezes, invade o espírito imortal
De uma dor que mata
Um dia, hei de te encontrar
Pelas ruas, nos meus versos
Perdido
A me procurar...
Você invade o meu ser
Como alfinetes de cabeças coloridas
E meu corpo se comporta
Feito um pescador suado e faminto
Pescando...
Eu quero uma miopia
Pra não ver os seus defeitos
Faça-me uma canção
Pra aumentar o meu desejo
Sinto frio, tenho febre
Tenho fome de ti
* Dia 22 de maio: Apresentação do coral Audite Noua!
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Olhei minha alma
- Analice Alves
Olhei minha alma
E nela vi teu rosto
E nele ela também
Se escondia
E eu me via
Na água que descia
Pelo ralo
Na toalha grossa e gasta
Com a qual enxugavas o rosto
Pelo espelho já passo distraída
Pois, deste modo, levo a vida
E eu me via
Nos garranchos do teu caderno
De poemas
E no bombom recheado
De licor amargo
Via-me ao teu lado
Como o espinho
Que embeleza a flor
Mas também fere
E eu me via na morte
Das coisas simples
E na alegria causada
Por este corte
E em ti eu me encontrava
Como a cortina balançada
Pelo vento quente
Como um vestido de verão
Que esconde
Mas não aquece.
Olhei o meu corpo
E era como se ele
Não mais existisse
Era como se eu fosse
Apenas alma e espírito
E a matéria se fez nada
E eu me via nas mãos
De uma mulher sofrida
Que treme e chora
Ao enxergar que o amor
Não cicatriza
E eu me via nos olhos
Nos teus olhos
Apoiada ao ombro
De um amor que passa...
Olhei minha alma
E nela vi teu rosto
E nele ela também
Se escondia
E eu me via
Na água que descia
Pelo ralo
Na toalha grossa e gasta
Com a qual enxugavas o rosto
Pelo espelho já passo distraída
Pois, deste modo, levo a vida
E eu me via
Nos garranchos do teu caderno
De poemas
E no bombom recheado
De licor amargo
Via-me ao teu lado
Como o espinho
Que embeleza a flor
Mas também fere
E eu me via na morte
Das coisas simples
E na alegria causada
Por este corte
E em ti eu me encontrava
Como a cortina balançada
Pelo vento quente
Como um vestido de verão
Que esconde
Mas não aquece.
Olhei o meu corpo
E era como se ele
Não mais existisse
Era como se eu fosse
Apenas alma e espírito
E a matéria se fez nada
E eu me via nas mãos
De uma mulher sofrida
Que treme e chora
Ao enxergar que o amor
Não cicatriza
E eu me via nos olhos
Nos teus olhos
Apoiada ao ombro
De um amor que passa...
domingo, 12 de abril de 2009
No meu verso se faria injúria
Se te pareço noturna e imperfeita
Olha-me de novo
Porque esta noite
Olhei-me a mim, como se tu me olhasses
E era como se a água
Desejasse
(Hilda Hilst)
Pássaro humano - Analice Alves
Amo feito um inseto
Na tentativa incansável
De ser humano
E vencido pelo quebranto
De outro ser
Quero amar como um quero-quero
Que voa por voar
E canta por sobrevivência
Quero um sentimento
Perpétuo e sereno
Capaz de emudecer
Os meus sofrimentos
E tapar os meus ouvidos
Amor, abra a porta
Não há riscos
De eu ir embora
Suas mãos são garras
Que me prendem
E me ferem
Um minuto seria pouco
Uma vida seria nada
Pra te convencer
Que não sou o que aparento
Não sou assim tão frágil
Tenho meus orgulhos
Um refrão e um ditado
Tenho um coração sensível
E capaz
Que sofre e morde
Quero amar como um quero-quero
Que voa para pousar
E canta para ouvir
Não quero mais ser um pássaro perdido
Na obscuridade da vida
Sem carinho, sem ninho,
Sem saída...
Na tentativa incansável
De ser humano
E vencido pelo quebranto
De outro ser
Quero amar como um quero-quero
Que voa por voar
E canta por sobrevivência
Quero um sentimento
Perpétuo e sereno
Capaz de emudecer
Os meus sofrimentos
E tapar os meus ouvidos
Amor, abra a porta
Não há riscos
De eu ir embora
Suas mãos são garras
Que me prendem
E me ferem
Um minuto seria pouco
Uma vida seria nada
Pra te convencer
Que não sou o que aparento
Não sou assim tão frágil
Tenho meus orgulhos
Um refrão e um ditado
Tenho um coração sensível
E capaz
Que sofre e morde
Quero amar como um quero-quero
Que voa para pousar
E canta para ouvir
Não quero mais ser um pássaro perdido
Na obscuridade da vida
Sem carinho, sem ninho,
Sem saída...
domingo, 5 de abril de 2009
Palinódia
- Analice Alves
"E foi assim, amando, que descobri a grandeza de viver. Sem amor e sem dor não somos mortais, não somos humanos, somos pó."
Esqueça todos os meus poemas
Eles já não dizem nada quando, Júlio,
Me tomas em teus braços
E envolta em teu abraço
Sinto o poder de teu cansaço
Meu corpo já não se retrai
Ao ver o sol
Pois mais quente que o astro
É o teu calor
Júlio, não quero sombra!
A ti dedico todo o meu passado
Minhas viagens, minhas passagens
Meus aprendizados
Imagino tua juventude
Com espinhas e dilemas
E mesmo assim o amo
Meu menino afoito
Ao teu lado não há tristeza
Meu único choro é o gemido
Do coito
Faça-me cativa
Pois és mais que metade
És meu completo todo
E minha alma só se eleva
Quando ponho o meu corpo
Sobre o teu corpo.
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Ruídos
- Analice Alves
Sei que ele quer me tocar
Pra saber se eu deixo penetrar
E lá dentro
Terá as respostas
Para tudo aquilo que duvida
Saberá se é fundo e intenso
Saberá que o meu cansaço
É quente, seco e puro
E que meu gemido
É um grito agudo
Sei que ele quer me tocar
Pra saber se a donzela de outrora
Ainda o é
Pra deixar de me ver apenas como poeta
E me ver como mulher
E lá dentro
Terá as palavras
Que tanto balbucio
E a moça de tão bom parecer
Produzirá um ruído
Escreverá uma cantiga de amigo
E o meu gemido
Será um grito sem força
Precedido de um sono conturbado.
E em sonhos, meu amigo
Perguntarei-lhe se foi bom
E assim, acenderemos os cigarros...
(31/03/09)
Sei que ele quer me tocar
Pra saber se eu deixo penetrar
E lá dentro
Terá as respostas
Para tudo aquilo que duvida
Saberá se é fundo e intenso
Saberá que o meu cansaço
É quente, seco e puro
E que meu gemido
É um grito agudo
Sei que ele quer me tocar
Pra saber se a donzela de outrora
Ainda o é
Pra deixar de me ver apenas como poeta
E me ver como mulher
E lá dentro
Terá as palavras
Que tanto balbucio
E a moça de tão bom parecer
Produzirá um ruído
Escreverá uma cantiga de amigo
E o meu gemido
Será um grito sem força
Precedido de um sono conturbado.
E em sonhos, meu amigo
Perguntarei-lhe se foi bom
E assim, acenderemos os cigarros...
(31/03/09)
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